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O que nos diferencia dos outros seres da natureza não é a inteligência ou a capacidade de ter emoções, de sentir prazer, dor, medo, de nos comunicar ou criar ferramentas, pois isso várias espécies também fazem em diferentes graus de eficiência. O que nos torna únicos é a consciência de nossa individualidade e, entre as conseqüências disso, está o sentimento de separação do mundo, dos outros, da natureza, pois se somos nós não podemos ser o outro.
Ter consciência nos fez também ter subjetividade, um mundo interior, onde construímos e reconstruímos nossa visão de mundo, do outro, de nós próprios. Assim, embora a realidade seja igual para todos, a maneira de perceber, de encarar e interpretar a realidade muda de pessoa para pessoa.
Isso nos obrigou a estabelecer parâmetros do que é aceitável ou não pela sociedade, pois apesar de separados dos outros e das coisas, enquanto seres sociais estamos ligados uns aos outros e tão dependentes quanto todos da natureza. E natureza, aqui, não significa uma visão idealizada de um ser com propósito e intencionalidade, mas o resultado de milhares de anos de evolução sob determinadas condições de clima e calor, distanciamento do sol, inclinação do eixo da Terra, etc. Revela-se então uma outra característica humana que é a tendência de encontrar significado para as questões que não consegue compreender, como se fôssemos incapazes de viver num mundo que não faca sentido. Os gregos antigos, por exemplo, deram à natureza o status de deusa, à qual atribuíram o nome Gaia.
A consciência também nos tornou livres para escolher o que achamos ser melhor para nós, para o mundo, e o livre arbítrio trouxe consigo culpas e responsabilidades, angústias existenciais sobre qual o melhor caminho a tomar. Ao nos vermos livres da natureza, não mais tendo de obedecer aos instintos e compreendendo cientificamente os seus fenômenos, criamos a ilusão de sermos superiores às demais espécies e à própria natureza. Na tarefa de nos tornar humanos, tivemos e ainda temos de enfrentar a natureza, que age e influencia em nossas escolhas através dos instintos - tão ativos em nós quanto em todas as demais espécies, determinando quando temos de lutar ou fugir, comer e parar de comer, por exemplo, e ainda assim, podemos escolher nos manter em situação de estresse sem tentar fugir e comer sem fome. Este enfrentamento resultou no afastamento maior ainda da natureza. Seguir aos instintos passou a ser um atributo dos animais, algo pouco refinado, embrutecido, motivo de vergonha para os humanos.
Criamos a ilusão de sermos os donos da natureza e dividimos o planeta em territórios, e loteamos cada espaço útil, explorando sem culpas, a ponto de já termos passado do ponto de regeneração natural de diversos ecossistemas. As demais espécies foram destituídas de seus direitos, condicionadas à sua utilidade para nós. Se não for útil, então não tem razão de existir.
Em nossa idealização do mundo, nos demos o papel transcendental atribuído aos deuses, pois se somos superiores à natureza, tínhamos de encontrar um significado para nós fora da natureza.
Quando confrontados com as evidências de nossos atos, alguns de nós preferem buscar desculpas para continuar agindo da mesma forma. Para alguns, a idéia de que a natureza possa sofrer um colapso parece um exagero, pois nada do que façamos irá destruir a natureza, embora possamos nos destruir facilmente. Para outros, a Ciência irá nos salvar descobrindo coisas, inventando novas tecnologias que serão capazes de reciclar nossos restos e descobrir novas fontes de recursos. Outros acham inútil lutar, pois o fim está próximo, conforme revelado em algum texto sagrado e, naturalmente, apenas os que acreditarem nisso serão salvos.
Nossa separação da natureza não aconteceu apenas do ponto de vista psicológico, ético, moral ou espiritual, mas também do ponto de vista físico. Reconstruímos o meio ambiente para adaptá-lo às nossas necessidades onde antes existiam ecossistemas. Construímos cidades às vezes confortáveis, bonitas, às vezes não, de concreto, aço e asfalto e com muita rapidez esquecemos que apesar de muito importantes não são as cidades que produzem a água, o oxigênio, a biodiversidade da qual dependemos para produzir alimentos, medicamentos e obter recursos.
O meio ambiente deixou de ser tudo o que existe, para ser o que existe em torno de nos, como se fosse uma espécie de armazém de recursos inesgotáveis para atender às nossas necessidades. Necessidades que deixaram de ser apenas físicas, como comer, morar, vestir, mas também espirituais, como a de demonstrar afeto através da troca de presentes materiais, de obter reconhecimento social e se sentir pertencendo a uma sociedade através da exibição de objetos de consumo. O resultado foi uma sociedade que não só superexplora a natureza, mas que também superexplora seus próprios semelhantes, pois para que uns possam acumular demais outros precisam acumular de menos.
E por que tudo isso? Enquanto as demais espécies submetem-se aos seus destinos, nos angustiamos na busca de respostas, e quando estas não existem, criamos nós próprios utopias e visões de mundo que dê sentido a este mundo reinventado. Qual é o propósito de nossa espécie? Para que estamos aqui? De onde viemos? Para onde vamos? Por que sofremos com terremotos, vulcões, tsunamis, secas, enchentes, furacões, fome, AIDS, epidemias, etc.? Cometemos algum pecado pelo qual estamos sendo punidos agora? Teremos tempo de evitar um colapso ambiental global? Continuaremos existindo enquanto espécie ou já estamos em declínio rumo à extinção? Alguns se satisfazem com a idéia de deuses e diabos voluntariosos nos manipulando, outros se amparam na idéia de que somos filhos e filhas de seres de outros planetas que nos visitaram no passado e que alguns acreditam que ainda estão entre nós. Outros acreditam que surgimos do caos e do acaso, não importa, ninguém saberá a verdade final mesmo e, neste particular, qualquer idéia serve, desde que tenha significado e nos permita viver em paz conosco mesmo e com os outros, que nos anime a querer serem pessoas melhores e lutar para termos um mundo melhor.
O fato concreto é que nenhum de nós escapará vivo do Planeta que, ao contrário de nos pertencer, nós é que pertencemos a ele e o compartilhamos com todas as outras espécies. Ou nos reinventamos, imaginando outro jeito de estar no Planeta, ou corremos risco de desaparecer antes do tempo. Uma coisa é certa, o Planeta começou sem nós, e acabará sem nós. A questão que importa não é quando acontecerá o fim, mas o que posso fazer, aqui e agora, enquanto tenho vida e saúde para abreviar este fim e aproveitar este presente que todos os dias o Planeta nos proporciona, o de viver. E a vida é bem curta.
* Vilmar Sidnei Demamam Berna é escritor e jornalista, fundou a Rebia – Rede Brasileira de Informação Ambiental (http://www.portaldomeioambiente.org.br/) e edita, deste janeiro de 1996, a Revista do Meio Ambiente (que substituiu o Jornal do Meio Ambiente) e o Portal do Meio Ambiente (http://www.portaldomeioambiente.org.br/). Em 1999, recebeu no Japão o Prêmio Global 500 da ONU para o Meio Ambiente e, em 2003, o Prêmio Verde das Américas.

Por Vilmar Berna*, Envolverde, Atualizado: 19/4/2011 15:56



O ORIENTADOR EDUCACIONAL...
  • Deve conhecer bem toda a comunidade da escola onde trabalha, principalmente seus alunos, para que realize suas atribuições a contento.
     
    TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS:
     
    • A  O B S E R V A Ç Ã O:  Tem grande emprego e importância na Orientação educacional.
    • Observação sistemática: Quando há a intenção de observar algo definido. Exige um planejamento anterior adequado. ( o que deve ser observado, por quem – Or. E, funcionários, professores - , quando, onde, em que circunstâncias, por quanto tempo, registro, etc). Tem que se tomar cuidado com os aspectos éticos sobre o que observar e como registrar.
    • Observação assistemática : Quando ocorre casualmente, quando algo chama a atenção do observador.
    • A  E N T R E V I S T A : Constitui outra técnica muito usada pelo Or. E. pois lida essencialmente com pessoas, necessitando manter um contato mais ou menos frequente com elas. Visa um atendimento individual e tem indicações específicas.
    • n
    • n
    • PARA O REGISTRO DAS ENTREVISTAS: Gravação da entrevista ou anotações no momento de sua realização, costuma inibir o entrevistado. Recomenda-se que as respostas sejam registradas logo após o seu término   
    • O S  Q U E S T I O N Á R I O S : Podem ser utilizados antes ou depois de uma entrevista. Somente farão sentindo se realmente forem úteis. Uma pergunta sem finalidade pode cansar, aborrecer
    • Entrevista não estruturada : É a mais utilizada pelo Or. E. , pois por vezes é solicitada por outras partes (pais, alunos, professores), e os problemas são ouvidos, encorajando o entrevistado a colocar os seus problemas, dúvidas e sugestões.
      Entrevista estruturada: o Or. E. poderá levar um roteiro com o conteúdo e ordem das questões. (para evitar induções). O número de itens não deve ser muito grande para não cansar o entrevistado. Ele deve tentar não perguntar dados que podem ser conseguidos em outras fontes e formular as perguntas com clareza de acordo com o nível de compreensão de quem estiver respondendo, sem manifestar reações verbais ou não verbais durante as respostas. ESTE TIPO DE ENTREVISTA LEVA A RESULTADOS MAIS PRECISOS.
    n
    n
    Outros instrumentos
     Técnica sociométrica
    nTestes psicológicos como os de interesse (que são adquiridos em firmas especializadas).
    n
    psicólogos por exemplo.
    Recebimento de resultados de outros testes, aplicados por
    O Or. E. deve ter o controle da entrega e devolução de questionários bem como tentar mecanizar o seu retorno.
    Devem ser respondidos na hora pois podem se perder quando levados para casa pelos alunos ou não respondido pelos pais.
  • n
  • n
  • O convívio com estes alunos, pais e comunidade contribuirá para aumentar a capacidade de seu desempenho.
    Quanto mais apurado for este conhecimento, o trabalho tende a ficar mais fácil e eficaz.
PROFª:MARCIA D VAISBIH.



É uma festa instituída em lembrança da morte dos primogênitos do Egito e da libertação dos Israelitas ( Ex 12:11-27 ). "Páscoa" deriva de uma palavra hebraica que significa A passagem do anjo exterminador, sendo poupadas as habitações do povo de Israel em cuja as portas, haviam sido aspergidas o sangue do cordeiro.

O sangue do cordeiro que protegeu o povo da morte física, era um símbolo do verdadeiro cordeiro de Deus que derramou o seu sangue para livrar os homens da morte eterna.
A Páscoa era comemorada no mês da saída do Egito, no décimo-quarto dia, a tarde os Israelitas matavam o cordeiro pascal.

Na tarde do dia seguinte iniciava-se a grande festa da Páscoa, que durava cerca de sete dias, mas somente o primeiro e o sétimo dia era, particularmente, solenes. O cordeiro morto deveria ser sem defeitos ( mácula ), macho e do primeiro ano de vida. Então eles comiam o cordeiro assado com pão asmo e uma salada de ervas amargas, não devendo ser quebrado nenhum dos seus ossos. Também não podia sobrar nada, caso sobrasse alguma coisa, teria de ser queimado.

Todos os homens tinham que se apresentar, diante do Senhor, bem arrumados e, quem não cumprisse tal feito, era condenado a morte ( Nm 9:13 ). Quem não podia se apresentar por motivo justificado celebrava a referida festa, no segundo mês.

No tempo de Jesus Cristo, a Páscoa era comemorada em Jerusalém. Nessa época Jesus também comemorou a Páscoa com os seus discípulos ( Mt 26:17 ). E, naquela ocasião, quando celebrou a Santa Ceia, explicou o verdadeiro significado daquele ato. E, após a Ceia, mas na mesma noite, Jesus foi preso sendo condenado à morte ( e morte de cruz ) na mesma semana.

Podemos entender, então, que Jesus Cristo, morreu na Páscoa como um cordeiro em sacrifício vivo, pelos meus, pelos seus, pelos nossos pecados.

Desde então não precisamos mais sacrificar animais, porque Jesus já pagou o preço.

FONTE: Site Adoradores.com

Questionário de Currículo

  1. Segundo Araújo como ocorre o currículo oculto nas escolas?
R= Segundo ele os professores utilizam acontecimentos esporádicos no cotidiano escolar para promover discursões...

2.      Limpar a casa, o bairro, a cidade...
Terrenos baldios, ruas sem árvores e valetas com esgoto a céu aberto. Essa é a realidade do bairro do Boqueirão, em Curitiba. Para mudá-la, os alunos da Escola estadual Luíza Ross queriam transmitir aos moradores da vizinhança noções de higiene, saneamento e saúde. Começaram fazendo o mapeamento da região, como tema transversal. Em Geografia, estudaram mapas e noções de orientação sexual. Em Ciências, a poluição da água e do ar e a importância da arborização. Nas aulas de Português, a missão era escrever panfletos informativos. O passo seguinte foi plantar árvores e flores no colégio e nas casas e distribuir os folhetos entre os moradores, disseminando noções de saúde e higiene. "A participação, foi maciça", festeja a professora de Ciências Kleine. Quais são as finalidades educativas do 2º caso, tomando as temáticas transversais como eixo vertebrador? 
R= Os temas transversais aqui são o eixo vertebrador e as disciplinas são os meios, os instrumentos, pois temos uma educação por valores;
A educação tem os temas transversais como finalidades e as disciplinas usadas como meio para desenvolver os valores;
     Os centro das preocupações dos temas transversais são os problemas sociais;
      Pautada numa educação dialógica, democrática, em busca da resolução de conflitos no cotidiano.

  1. Quais são as finalidades educativas do 1º caso tomando as temáticas das disciplinas como eixo vertebrador?
R= Aqui as diciplinas são o eixo vertebrador com finalidades tradicionais, ou seja, as disciplinas como fins;
Os temas transversais neste caso têm um papel secundário, pois são usados ocasionalmente;
Pautado em atividades pontuais, as disciplinas são trabalhadas e ministradas em palestras e assessorias;
Trabalhas com ONGS e projetos incorporados aos temas transversais;
Professores trabalham o currículo oculto para promover discursões com os alunos.


  1. Diferencie Progressão Continuada de Promoção Automática.

R= Progressão Automática: Independentemente dos avanços conquistados pelo aluno, ele era aprovado.
Progressão Continuada: Cria mecanismos de ajuda para os alunos como: recuperação, segunda chamada, segunda avaliação para que o mesmo avance a diante.

  1. Segundo a visão liberal a escola tem a sua eficácia na equidade, (“as desigualdades devem ser compensadas no interior da escola”) não levando em conta o nível socioeconômico. Todos devem aprender em nível elevado. Cabe a escola encontrar meios de ensinar tudo a todos. Levando em conta a afirmativa, apresente a função da escola liberalista.
  R=Prover o ensino de qualidade para todos os estudantes indistintamente

  1. Para Luís Carlos Freitas a Lógica da Escola é:
R= 
  1. Colemam (1966), em suas pesquisas mostrou por meio um relatório que o nível socioeconômico era mais determinante dos resultados dos alunos do que os recursos pedagógicos que poderiam ser arregimentados para prover sua aprendizagem. Mais tarde, a correção introduzida em suas conclusões foi de que o nível socioeconômico não é uma determinante e sim uma variável. O Ex. Ministro da educação do governo Fernando Henrique Cardoso, Paulo Renato Sousa, Concordou que o nível socioeconômico é uma determinante dos resultados dos alunos, quando tentou interpretar e justificar o mau desempenho de estudantes brasileiros em um teste internacional de português e matemática ao dizer: “Sistema educacional brasileiro não opera no vácuo, ele é reflexo direto da situação social brasileira. Quando se leva em conta o desempenho segundo fatores como idade, faixa de renda e escolaridade dos pais, a variável que causa a maior diferença de mídia é a faixa de renda do participante. (...) quanto menos a escolarização dos pais pior o desempenho do aluno. Não adianta  pegar um aluno da escola pública do Jardim Ângela, em São Paulo, que nunca teve um único livro dentro de casa, e querer que ele tenha o mesmo desempenho dos filhos das famílias de leitores deste jornal, que provavelmente já estão na segunda ou terceira geração de ensino superior. (Souza, 2001). Comente.

R= O Sr. Ministro da educação naquela época equivocou-se ao dizer que o nível socioeconômico, que a falta de escolarização dos pais, que o não contato desde cedo com nenhum tipo de livro determina o desempenho dos alunos. Segundo Colemam em suas pesquisas o fator socioeconômico determinava sim o desempenho dos alunos, pórem mais tarde concluiu que este  era uma variável e não uma determinante no desempenho dos alunos.

  

  1. Para José Carlos Freitas a Escola eficaz seria aquela que:
  R= Ensina o conteúdo, prepara o estudante, o cidadão para autonomia e para a auto-organização para intervir na sociedade com vistas a torná-la mais justa no sentido da eliminação da exploração do homem pelo homem. Segundo o autor tudo depende dos fins que atribuiremos a escola.
  1. Como está estruturada a avaliação escolar de base positivista?
R= A avaliação escolar positiva estrutura-se nas ideias de mérito, julgamento, punição, recompensa, atividades pontuais pautadas no exame classificatório.

  1. Como está estruturada a avaliação escolar na vocação antipositivista?
R=Este tipo de avaliação estrutura-se no dinamismo do processo aprender-ensinar que se realiza plenamente pautada na exploração, na curiosidade do educando, na avaliação diagnóstica e processual.

  1. Quais críticas podem ser dirigidas a avaliações classificatórias, quantitativas, comparando-a a avaliação qualitativa?
R= Neste modelo de avaliação não se proporciona espaço significativo para diálogos, em que o processo ensino aprendizagem e seus resultados possam ser compartilhados pelos sujeitos nele envolvidos. Já na avaliação qualitativa este diálogo ocorre dinamicamente num processo diagnóstico.

  1. “No cotidiano escolar: avaliando e sendo avaliada, a professora vai aprendendo duas lições contraditórias: é preciso classificar para ensinar; e classificar não ajuda a ensinar melhor, tampouco a aprender mais-classificar produz exclusão e para ensinar é indispensável incluir” (Esteban, Maria Teresa. Escola, Currículo e Avaliação: Ser Professora: avaliar e ser avaliada, p. 23). Como a professora utiliza os conhecimentos adquiridos para minimizar os efeitos da avaliação classificatória?

R= A professora deverá usar conhecimentos adquiridos no fazer, no contato com o outro, por aproximação, saberes que podem ser compartilhados pela experiência e não sistematicamente ensinados;
No olho a professora também avalia seu aluno, (reconhece uma resposta, mesmo que errada, corresponde a um grande avanço para alguns e desinteresse de outros).

  1. Faça uma análise segundo Esteban sobre avaliação como um desafio para uma prática tecida no cotidiano.

 R= Segundo Maria Helena Esteban o processo avaliativo do cotidiano se remete constantemente a uma relação vista muitas vezes como relação de poder, levando à avaliações indiretas da própria professora e pelos resultados dos alunos e alunas que também atribuem valores aos professores. A autora faz uma crítica ao modelo hegemônico (prática de exames) e ver a avaliação como uma pratica de investigação com intenção de distanciar-se da avaliação classificatória. É preciso uma redefinição metodológica de avaliação para acompanhar a transformação epistemológica que a emergência de um novo paradigma anuncia.

  1. Aponte as diferenças existentes no pensamento Liberal e no pensamento Socialista.

R= Os liberais têm os pensamentos capitalistas, inspirados na justiça regida na razão, enfatizam a recompensa pelo merecimento individual, independente do nível socioeconômico todos os alunos deveriam aprender em um nível de domínio elevado;
 Os socialistas lutam pela necessidade da eliminação dos desníveis socioeconômicos e pela distribuição do capital econômico, cultural e social, inspirados nas necessidades comuns e no sentimentalismo enfatizando a igualdade.

  1.  O olhar visionário dos Liberais sobre a educação é pautado na Progressão Continuada já os Progressistas defende os ciclos. Apresente as características de cada um.

R= Liberais: Progressão Continuada -Trabalha com instrumentos de recuperação, reforço, ou seja, motivadores artificiais, com notas/ moeda de troca.
Progressistas: Ciclos-Trabalha com os tempos e espaços, com motivadores naturais, ou seja, com centros de interesse, aprender significativo, com avaliação diagnóstica, com avanços.

  1. Para Bloom há uma hierarquia fora da escola que afeta a constituição das hierarquias escolares. Segundo ele a organização da escola deve ocorrer em tempos únicos, há que se diversificar o tempo de aprendizagem, permitindo que cada um avance a seu ritmo usando o tempo que lhe seja necessário. Explique a partir do texto a cima como deve ser a avaliação.

R= Para Bloom a escola é uma preparação para vida e a avaliação deve ocorrer a parti dos motivadores naturais, ou seja, através dos  centros de interesse e não por meio de motivadores artificiais tendo a nota como moeda de troca.

17.  Faça a correspondência corretamente segundo os conceitos abaixo.

MULTIDISCIPLINAR (1)                 ( 3 )  A interação entre as disciplinas que produz um conjunto unificado de conhecimento.

INTERDISCIPLINAR (2)                  ( 1 ) As diferentes disciplinas abordam o mesmo tema.

TRANSDISCIPLINAR (3)                 ( 2 ) Existe um dialogo entre as disciplinas que promove uma interação entre elas.

  1. Explique como trabalhar projetos como estratégias pedagógicas.
R= Na pedagogia de projetos tudo está interligado: Projeto Político Pedagógico, interdisciplinaridade, a visão totalizante e globalizante do professor, uma educação por valores, os eixos temáticos e os conteúdos significativos  permitindo assim mudanças nas finalidades educativas.

  1.  Qual o caminho a ser percorrido pelo professor pra que seu aluno aprenda segundo a pedagogia de projetos?

R= Primeiro, Deverá partir com seu aluno do senso comum (sincrese) depois para os conhecimentos científicos e por fim levá-los a construção de suas próprias sínteses.

  1. Conceitue sistema de avaliação quantitativa.
Sistema de avaliação Positivista, classificatória baseado no julgamento dos resultados em “certo e errado”;
Avaliação “medida” pelo ranço do positivismo, que desconhece o diagnóstico na valorização dos aspectos quantitativos;
É pontual, pois interrompe o dialogo no processo.


  1. Conceitue sistema de avaliação qualitativa.
Sistema de avaliação anti-positivista, pautada no paradigma emergente ( teoria dialética do conhecimento) que tem como centralidade a compreensão dos sujeitos e da aprendizagem, o que produz uma ruptura com a primazia do resultado característico do processo quantitativo.

  1. Caracterize Progressão continuada.

R= Existência de instrumentos de recuperação, reforço, ou seja motivadores artificiais com a nota como moeda de troca.

  1.  Caracterize Promoção automática.

R= Inexistência de instrumentos para que ajude o aluno avançar no processo ensino aprendizagem, independente dos resultados o educando passa de ano.









OBS: Aqui neste questionário há questões que se repetem, mas que aparecem de forma diferenciada na maneira de perguntar.
Todo ele está baseado em tudo que foi dado em sala de aula pela professora
Ana Lúcia.
Espero que sirva como material de estudo para todos. 


 Eliane.

         A Eficácia das Escolas Não se Mede: Ela se Constrói,
         Negocia-se, Pratica-se e se Vive(!)

                                                 Mônica Gother Thurler (2)




Quando se quer medir a eficácia de uma escola, corre-se o risco de aprisionar a sua dinâmica numa perspectiva clássica e somativa, e o de acreditar que categorias pré-fabricadas possam captar uma realidade em constante movimento, que só existe no espaço de interação dos atores envolvidos.
A problemática da eficácia evoluiu. Hoje, está-se abandonando a abordagem inicial, tecnicista e quantificadora, para se colocar em relação diferentes efeitos e  características qualitativas, tais como o clima da escola, sua cultura ou sua ética. Essas características não podem ser captadas pelos métodos clássicos de observação pontual e externa, pois fazem parte de modos de funcionamento que só chegam a ser captados enquanto duram e observando-se as interações e as representações dos envolvidos.
1 Artigo publicado originalmente em CHARRA M. (Org.). Evalution et nanlyse des établissements de formation: problématique et métbodologie. Paris/Bruxelles: De Boeck, 1994. p. 203-224. (Texto reproduzido com a autorização da autora e do editor; tradução de Luciano Lopreto; revisão técnica da tradução de Maria josé do Amaral Peneira).
2 Pesquisadora e professora das Universidades de Genebra e de Fribourg e coordenadora para a pesquisa e a inovação do Depattamento de Instrução Pública do Cantão de Genebra. Tem artigos e livros publicados na Suíça e em outros países, e vem trabalhando com avaliação educacional e inovação nas escolas já há bastante tempo.
Pode-se dar um passo a mais e considerar que a eficácia que conta, em última instância, resulta de um processo de construção, pelos atores envolvidos, de uma representação dos objetivos e dos efeitos de sua ação comum. Assim, a eficácia não é mais definida de fora para dentro: são os membros da escola que, em etapas sucessivas, definem e ajustam seu contrato, suas finalidades, suas exigências, seus critérios de eficácia e, enfim, organizam seu próprio controle contínuo dos progressos feitos, negociam e realizam os ajustes necessários. Isso, evidentemente, coloca duas questões:
• como, então, levar em conta os objetivos e critérios de eficácia do conjunto do sistema educativo, se admitimos que cada escola não é uma empresa autônoma?
• em quais condições os atores têm, ao mesmo tempo, razões e meios de se interrogar lucidamente e sem complacência sobre sua própria eficácia?
Das Escolas Eficazes à Avaliação da Escola: Origens e Implicações do Conceito. O interesse pela eficácia das escolas se inscreve como prolongamento direto de trabalhos polêmicos de diversos autores dos anos 70, que colocavam em dúvida a capacidade das escolas em influenciar verdadeiramente, no sentido positivo, o desenvolvimento das crianças. B. BERNSTEIN (1970) frisava que "a educação não pode compensar os problemas criados pela sociedade". BOURDIEU & PASSERON (1970), ainda mais críticos, afirmavam que a escola não pode senão reproduzir as desigualdades sociais, ao favorecer os favorecidos. Outros pesquisadores sustentavam ainda que a escola tem apenas um efeito limitado sobre a aprendizagem, seja porque os fatores hereditários são predominantes (jense, 1969), seja porque a escola não pode competir com a influência decisiva e praticamente irreversível do background familiar durante a primeira infância
(notadamente J. S. COLEMAN, 1966; PLOWDEN, 1967; C. CHILAND, 1971; C. JENCKS, 1972).
A eficácia do sistema escolar era então objeto de uma visão muito pessimista. Fazia-se, na época, um balanço edulcorado das reformas que pretendiam "compensar" os "handicaps socioculturais", mas sem realmente compreender as razões desses fracassos. Essa confusão e essa decepção levaram alguns
pesquisadores a explorar outras vias e, principalmente, a se interessar de perto por algumas escolas que pareciam exercer uma influência significativa sobre a vida de seus alunos, professores, e até sobre toda a comunidade educativa existente em torno dela. Analisando-se as características organizacionais e contextuais dessas escolas de bom desempenho, esperava-se identificar as condições favorecedoras da eficácia na Educação.
O estudo mais conhecido, intitulado 15.000 Horas de Escola, é de autoria de M. TUTTER et al. (1979). Seus resultados foram, ao mesmo tempo, amplamente confirmados por um grande número de outros autores e violentamente questionados. De fato, nesses estudos, o efeito da escola é estimado através de análises multivariadas complexas, que quase sempre resultam em correlações fracas e instáveis, e a um grau de sofisticação metodológica que acaba aumentando o risco de artificialidade.
Esses estudos exploratórios, entretanto, permitiram demarcar uma série de fatores-chave, que serviram de base, a partir do início dos anos 80, a uma segunda leva de pesquisas, que tenta estabelecer uma relação sistemática entre a eficácia do ensino e algumas características essencialmente qualitativas das escolas, tais como seu clima, sua cultura ou sua ética, ou ainda a "qualidade" do sistema social. Esses trabalhos se filiam a duas correntes teóricas:
a) o interacionismo simbólico, que considera o ensino como uma profissão antes de tudo artesanal, no interior da qual cada um constrói suas próprias significações, representações e práticas, através de suas concepções e valores, de sua personalidade, de sua maneira de estar no mundo e de se adaptar a ele, de sua capacidade de negociar e de satisfazer suas necessidades diante de um contexto social feito de ambigüidades e conflitos, que obrigam a uma negociação constante com os outros: alunos, pais, administração, colegas. Diante de um ambiente pouco favorável, que constantemente coloca o indivíduo diante de obstáculos e de dificuldades, é preciso ser muito ativo, reflexivo e criativo, a fim de não ser vencido por reações emocionais e irracionais hostis a mudanças;
b) o socioconstrutivismo, que mostra que é a construção progressiva das representações, através da experiência e da interação, o que permite aos professores se apropriar de sua profissão. Isto se produz através de um processo de tomada de consciência de si como um ator livre, pelo fato de que nem as estruturas nem os condicionamentos são inelutáveis, sendo em parte escolhidos ou negociados. P. PERRENOUD & C. MONTANDON (1988) insistem na diferença entre ator individual e atores coletivos. Estes últimos, contrariamente ao indivíduo que vê bem rapidamente seus graus de liberdade limitados pelas exigências do sistema, podem defender sua identidade, seus interesses e seus projetos no interior de um sistema mais vasto, conferindo um sentido organizado e negociado a suas iniciativas. Nessa perspectiva, a cultura da escola é vista como o produto de ações regulares desenvolvidas em comum, e da tomada de consciência do fato de que, numa escola, em conjunto, se faz muito mais do que produzir aprendizagens.
A tônica, assim, é progressivamente deslocada para o papel da interação e da comunicação no âmbito da escola, para a busca de uma linguagem comum que permita descrever os princípios espirituais e morais da escola, as significações implícitas e as representações ligadas aos objetivos - na maioria das vezes ocultos
- que regem as estratégias e as práticas dos diversos atores. Essa evolução ampliou consideravelmente os critérios que definem a eficácia da escola. HOPES (1988) identifica algumas qualidades dos diretores eficazes, por exemplo uma "atitude visionária" e uma "presença simbólica". M. FULLAN (1985) chama a atenção para os processos graças aos quais as escolas eficazes dão um sentido à ação dos atores, através de interações intensas, de uma liderança "vivida", de valores e de outras idéias que ultrapassam em muito as formulações racionais que a escola utiliza habitualmente. G. FENSTERMACHER & D. BERLINER (1985), por seu lado, afirmam a importância tanto da dinâmica organizacional interna do sistema quanto do contexto, enquanto L. DARLING HAMMOND & A. WISE (1985) opõem a cultura do ensino à cultura burocrática dos gestores, e observam que as reformas concebidas por terceiros estão, na maior parte dos casos, em desequilíbrio com os valores e crenças internos do sistema dos atores. S. PURKEY & M. SMITH (1985) chegam a ser ainda mais radicais, declarando que "a escola é o centro da mudança, que tem a cultura como alvo primeiro". Os trabalhos mais recentes partem da hipótese de que, para aumentar a eficácia de uma escola, é preciso compreender, e eventualmente transformar, sua cultura. Nessa perspectiva, as escolas são julgadas tanto por sua aparência e sua organização quanto por seus resultados Q. MEYER & B. ROWAN, 1983). A fé e as crenças dos professores, dos responsáveis e da opinião pública dependem menos de experiências concretas que de representações globais, construídas a partir de valores e símbolos compartilhados. Como frisam E. FARRAR, B. NEUFELD e M. MILES, os programas que objetivam aumentar a eficácia das escolas são "reformas baseadas em processos que visam a capturar a imaginação do conjunto de professores, a revitalizar os que estão acomodados e a gerar entusiasmo para o trabalho conjunto a partir de objetivos comuns" (1983, p. 11).
Segundo W G. VAN VELZEN (1985), a avaliação da escola tem como principal objetivo seu aperfeiçoamento. Logo, ela se situa não no registro da medida, mas no da ação, da regulação. Se a avaliação é apenas um meio, é preciso adaptá-la ao que se sabe agora sobre o funcionamento efetivo das escolas. Isso leva, muito logicamente, a colocar a auto-avaliação na base de uma busca da eficácia, apostando-se (M. RUNKEL et al., 1979) num conjunto de procedimentos que tornam a escola capaz de resolver seus próprios problemas:
1. o diagnóstico;
2. a coleta de dados;
3. o desenvolvimento de ações coordenadas;
4. a supervisão.
O primeiro procedimento é o mais importante. O último é o mais raramente realizado. Não se pode esperar melhorar a eficácia de uma escola cujas iniciativas são neutralizadas por demandas contraditórias (fatores externos), ou que fracassa em institucionalizar sua capacidade de diagnóstico ou de ação coordenada (fatores internos).
Insistir na auto-regulação das escolas implica lhes conceder uma autonomia importante, tanto no estágio da explicitação dos critérios e do diagnóstico quanto no das ações empreendidas. Essa concepção rompe radicalmente com as práticas burocráticas e centralistas ainda atualmente em vigor na maior parte dos sistemas escolares. Ela se baseia implicitamente num conjunto de postulados quanto à maneira pela qual se opera a mudança (DAVID, 1982):
1. nenhuma mudança se produz se não se levarem em conta características particulares da escola e do meio que a cerca;
2. os professores não terão nenhum interesse pessoal na mudança (e nem na avaliação) se não participarem das decisões que dizem respeito aos objetivos e aos procedimentos adotados;
3. uma escola eficaz se caracteriza pelo fato de que o movimento é comum à escola como um todo, e pelo fato de que existe um conjunto de objetivos unanimemente compartilhados e um método de ensino
unificado;
4. se, no planejamento, se incentivar o corpo docente a tomar consciência da situação e a refletir, serão muito maiores as chances de os professores modificarem seu comportamento e suas
atitudes.
Na prática, constata-se que as escolas raramente ultrapassam o primeiro estágio de M. RUNKEL - o do diagnóstico. Esse fato pode ter diversas explicações:
a) o próprio conceito de avaliação não está claro, faltando critérios precisos; ao mesmo tempo, seria falso querer impô-los logo de início: eles devem ser negociados no interior da escola e das
equipes educativas;
b) a finalidade da avaliação não está clara: avalia-se um produto final de maneira somativa, a fim de poder comparar e ordenar diversas escolas, o que permite a terceiros utilizar esses resultados para fins "estratégicos" (avaliação das funções, atribuição de recursos etc.)? Ou se adota uma lógica de avaliação formativa/ formadora, cujo objetivo consiste em desencadear um processo de longo prazo pelo qual os próprios professores se tornam responsáveis? Trata-se de se situar em relação a normas externas? Ou de realizar um confronto de práticas e fazer emergir normas internas, explícitas e implícitas, mesmo correndo-se o risco de ter de modifica-las em seguida? A quem prestar contas dos resultados da avaliação?
Eles são automaticamente comunicados às autoridades, aos pais, ou pertencem, primeiramente, à equipe de professores?
c) na maior parte dos casos, falta uma estrutura suficiente que permita à equipe fazer um bom trabalho. Um empreendimento desses leva tempo e não pode ser conduzido junto com as tarefas habituais. Ele necessita de um apoio eficiente e profissional de um participante externo, versado em métodos de animação e que conheça bem a realidade escolar, que desencadeie a reflexão, que ajude os participantes a se falarem e a se escutarem, que coloque em discussão tanto os pontos fortes quanto as disfunções, que proteja os professores de conclusões precipitadas, que os leve a verbalizar e a formular os pontos sensíveis, os não-ditos e os tabus etc.
Resumindo:
• a avaliação da escola/processo da mudança enfatiza mais o desenrolar das atividades que os resultados. Trata-se de uma empreitada sistemática e não somente de um tema pontual de reflexão;
• a avaliação tem por objeto o aperfeiçoamento, e o desenvolvimento do funcionamento da escola se constitui em uma fase dos procedimentos utilizados
para esse fim;
• ela é feita através de um trabalho em grupo, e todos os que dela participam devem consentir na realização de um esforço coletivo;
• os procedimentos adotados são próprios à escola e devem considerar, portanto, os diversos aspectos de sua organização. Esses diversos pontos podem ser organizados em cinco zonas. O modelo das cinco zonas.
Esse modelo(3) propõe um levantamento dos diversos aspectos da organização e da dinâmica internas que devem ser levados em conta em um procedimento de auto-avaliação ou de avaliação negociada. Trata-se essencialmente de evitar os desequilíbrios, colocando-se em evidência as interdependências e a necessidade de coerência: os elementos/ critérios de avaliação vinculados a uma das zonas são forçosamente ligados a elementos /critérios pertencentes a outras zonas.
Na primeira zona, encontram-se os objetivos e os fundamentos pedagógicos (dito de outra forma, as diversas competências cognitivas, afetivas e sociais visadas), as práticas didáticas e avaliativas (por exemplo, a tônica colocada na diferenciação e na avaliação formativa), as prioridades de desenvolvimento da escola. Encontramos aqui, ao mesmo tempo, os elementos prescritos pelos planos de estudos oficiais e os objetivos que fazem parte do currículo implícito, o que descreve, em suma, o impacto que o estabelecimento pensa ter nos desempenhos, comportamentos e atitudes dos alunos e dos professores.
Nessa zona, M. RUTTER et al. (1979), T. PETERS & R. WATERMAN (1982), H. HAENISCH (1985) e HOPKINS (1990) identificaram uma série de características dos estabelecimentos eficazes:
• o ensino é orientado segundo as necessidades dos alunos: eles são levados a sério, tem-se confiança neles, levam-se em consideração suas necessidades e interesses pessoais, está-se disponível para entrevistas pessoais, encoraja-se os alunos a agir de maneira cooperativa e autônoma;
• o ensino visa a tornar o aluno ativo, a implica-lo em sua própria aprendizagem, isto é, a fazê-lo participar da definição dos objetivos, do material, das situações, dos métodos e do próprio planejamento do ritmo de sua aprendizagem. O professor, por sua vez, desempenha aqui o papel de assessor; ele está mais centrado na escuta e na construção dos conhecimentos, práticas e vivências de seus alunos do que em seu ensino. Nessas escolas, há menos ensino e mais aprendizagem;
• há padrões de desempenho adequados, claros e explícitos, visando a uma formação equilibrada dos alunos. Mas eles não são impostos de forma rígida: são negociados, reconhecidos e
aceitos por todos; 3 Ver esquema no Anexo.
• adota-se um estilo de ensino flexível e diversificado, visando a levar em conta as potencialidades de cada aluno, dar reforços positivos, criar transparência (objetivos a atingir, conteúdos e modos de trabalho, critérios de êxito etc.);
• pratica-se uma avaliação diagnóstica e formativa, essencialmente utilizada para guiar a instrução e para regular a aprendizagem., Para esse fim, recorre-se pouco aos testes convencionais e padronizados; qualquer observação e qualquer tipo de produção dos alunos é pretexto de avaliação.
Questões:
- Qual é o papel do currículo compartilhado, em comparação ao do currículo oculto?
- Qual é a tônica dada ao processos, à capacidade de aprender a aprender e à pedagogia ativa, comparada à tônica posta nos produtos e desempenhos e no ensino magistral?
- Qual o grau de praticabilidade dos objetivos e das prioridades de desenvolvimento enunciados?
- Qual o grau de coerência com a organização interna da escola?
- Que estatuto é atribuído à avaliação (auto-avaliação dos alunos) e à reflexão?
- Quais são os impactos específicos esperados nos professores e nos alunos?
Na segunda zona, encontra-se a cultura da escola - uma dimensão vital, mas até agora negligenciada na maioria dos projetos de inovação e de avaliação, o que constitui, segundo os defensores da perspectiva cultural, uma das razões maiores do fracasso desses projetos. De fato, no passado, enfatizavam-se por demais mudanças e projetos específicos para o professor individual em sua sala de aula. Levar em conta a cultura do estabelecimento é refletir sobre os valores e as normas, identificar o modo como "as coisas são pensadas e feitas ali", a maneira como os atores captam e descrevem a realidade, reagem à organização, aos
acontecimentos, às palavras e às ações, as interpretam e lhes dão sentido.
Nessa perspectiva, a cultura pode ser definida como o conhecimento socialmente compartilhado e transmitido daquilo que existe e deveria existir. O significado desse conhecimento é transmitido, muitas vezes, involuntária e implicitamente, e é simbolizado através dos atos e dos produtos, assim como pela linguagem: o modo como as pessoas falam de seu mundo, do que elas falam e do que não falam, com
quem e onde. A cultura do estabelecimento é ativamente construída pelos atores, mesmo que
inconscientemente. Trata-se, enfim, "de um processo dinâmico, evolutivo, de um processo de aprendizado que se desenvolve através das soluções que um grupo encontrou para problemas surgidos". O conteúdo de uma cultura pode ser definido "...como soma das soluções que funcionaram suficientemente bem para que se tornem evidentes e sejam transmitidas aos recém-chegados como formas corretas de captar, de pensar, de sentir e de agir" (E. H. SCHEIN, 1984, p. 34).
Os tipos de cultura que levam a uma eficácia ótima são:
• uma cultura que favoreça a comunicação e a cooperação, graças à qual os professores se considerem não como uma multidão de "combatentes solitários", mas, ao contrário, como profissionais capazes e desejosos de se consultar, de forma continua, sobre todos os problemas que envolvem o ensino, sobre a implantação de novas práticas, sobre os diversos problemas de ordem teórica e prática que surgem dia após dia;
• uma cultura que privilegie o entendimento e a negociação, atingindo o consenso no que diz respeito a certos valores, normas, expectativas e crenças, ao ideal coletivo, à ideologia subjacente às escolhas feitas, à atitude a ser adotada diante de pressões internas e externas, a certos objetivos, certas "regras de comportamento geral", como, por exemplo, a disciplina;
• uma cultura que crie uma forte identidade profissional eleve os professores a se investir coletivamente de uma "missão" comum, a manifestar uma orientação visível e ativa em direção a objetivos
comuns a curto e a longo prazo (R. VANDENBERGHE & K. STAESSENS, 1991).
Na terceira zona, situaremos a organização interna da escola: o estilo de gestão e direção, as boas relações entre os professores, o contexto no qual o corpo docente é chamado a funcionar (a organização dos horários e do espaço, a distribuição dos alunos segundo grupos da mesma faixa etária ou grupos mistos, os procedimentos de agrupamento e de promoção, a forma de certificação etc.). Não é necessário insistir nesses fatores internos, na medida em que eles têm sido o alvo principal das tentativas de reforma, muitas vezes sendo encarados como os únicos facilitadores da mudança visada ou os únicos obstáculos. O que foi
ignorado durante muito tempo é que a organização de uma escola é o reflexo direto do sistema de valores subjacente - daí a relação estreita entre a cultura da escola e a organização.
Aqui estão, sob esse ângulo, algumas características das escolas eficazes:
os diretores são iniciadores otimistas; definem claramente os objetivos, organizam os intercâmbios e zelam pela execução das decisões tomadas, estão abertos, a novas idéias, mantêm um contato
estreito com os professores, encorajam-nos, abrem a escola para o ambiente externo, colaboram estreitamente com os pais;
os professores - e em certa medida os alunos - participam do planejamento e das decisões; buscam-se acordos durante reuniões de trabalho eficazmente conduzidas, apoiadas em programas de formação, e durante as quais são discutidas e tomadas decisões envolvendo a organização interna e externa do estabelecimento: horários, atividades, utilização dos recursos materiais e humanos,
formação continuada, prioridades de desenvolvimento etc.;
a equipe de professores é composta por homens e mulheres de valor, felizes, criativos, confiantes e empenhados, sempre dispostos a questionar e a aperfeiçoar suas competências pedagógicas;
dispõe-se de certos recursos materiais e humanos que permitem que os professores participem de atividades de desenvolvimento e apropriem-se de novas práticas;
tem-se nelas uma boa tolerância diante do fracasso, e tem-se e favorecese a coragem de tatear e experimentar: a criatividade e a adoção de novas práticas só são possíveis numa organização na qual
a ação não está "congelada" em horários, em postos orçamentários e em estruturas de funcionamento inflexíveis.
Na quarta zona, encontra-se a organização dos contatos com o mundo externo: as autoridades escolares, os recursos em nível de sistema, os pais.
Evidentemente, os contatos dependerão em larga medida do clima sociopolítico e cultural do sistema ao qual a escola pertence. A eficácia nessa zona dependerá da capacidade da equipe de professores em estabelecer relações estreitas com os pais e implicá-los na organização da vida escolar. Dependerá igualmente de sua
capacidade para encontrar o tom e a abordagem que consigam convencer tanto os pais quanto as autoridades de que os objetivos e as prioridades definidos não se chocam com as diretrizes prescritas nos currículos nacionais/regionais. Além disso, a eficácia dependerá ainda, em grande parte, da capacidade da escola em utilizar da melhor forma os recursos internos e externos disponíveis para ajudá-la em sua tarefa.
Da parte do poder central, pode-se imaginar que os problemas variem conforme o grau de ensino envolvido. Enquanto, na maioria dos países, a autogestão da escola é geralmente um fato consumado no ensino secundário, esse não é o caso do ensino primário. Portanto, é nesse nível de ensino que se corre maior risco-por excesso de boa vontade ou em decorrência de uma má interpretação de suas finalidades - de que a avaliação seja imposta aos estabelecimentos, sem se considerar o fato de que essa imposição se acha em contradição absoluta com seus postulados básicos e, sobretudo, com suas finalidades: aumentar a eficácia do sistema. A julgar pelo endurecimento do tom nos países anglo-saxões, e pela quantidade de restrições econômicas que não tardaram a atingir a escola, podemos nos perguntar em que medida as autoridades estarão dispostas a garantir procedimentos que só aumentam a dificuldade em administrar um
conjunto disparatado e facilmente percebido como "ingovernável", logo que uma escola se diferencia de outra. Cabe lembrar, aqui, que os estudos sobre as escolas eficazes frisam o justo equilíbrio entre autogestão e poder central, entre a autonomia da escola e o apoio a seus esforços pedagógicos pelas autoridades escolares.
Questões:
- A decisão de realizar a avaliação emana da escola ou do poder central?
- Os recursos disponíveis são suficientes? (no plano material: liberação de obrigações, possibilidades de encontro etc.; no plano pessoal: preparação suficiente do especialista designado)
- Espera-se uma avaliação dos desempenhos ou uma avaliação baseada na deontologia, na expluitação de uma ideologia?
- O objetivo é melhorar as práticas ou nada mudar? - A quem se deve prestar contas?
- O poder central está disposto a permitir uma flexibilidade nas estruturas, nos programas e no pessoal envolvido, afim de se ajustar às flutuações da população escolar e às necessidades diagnosticadas nas escolas?
-Está ele disposto a considerara diversidade não como uma tara, ou um mal necessário, ma como um elemento positivo e mobilizador?
- Está ele disposto a incentivar as escolas a refletir sobre seu contexto local, sua história, tua cultura organizacional, ruas crenças comuns em relação a objetivos e finalidades, a critérios de qualidade e de êxito, assim como aos graus de Liberdade para mudar, melhorar e desenvolver competências em setores diversificados?
No centro do modelo se encontra a quinta zona, o "clima" da escola. O conceito de "clima" tem estado sujeito mais ainda a controvérsias que o de eficácia, e mereceria ser aprofundado no futuro. Trata-se da categoria mais "tangível" e, ao mesmo tempo, mais subjetiva: é a atmosfera que acolhe o visitante - não-ingênuo - que entra numa escola e procura se situar, observando, discutindo com os alunos e professores, percorrendo os espaços, participando do trabalho nas classes, entrando na sala dos professores, lendo o que está afixado no quadro de avisos etc.
Uma escola, como conjunto vivo de pessoas que convivem e que colaboram, desenvolve sua própria linguagem, possui suas palavras, seus próprios conceitos, rituais e modos de expressão familiares, que facilitam a comunicação, dão segurança, fornecem a cada um a impressão de "estar em casa", ajudam cada um a tomar consciência do que é importante na vida cotidiana. Conforme o "clima" existente, uma escola será mais ou menos aberta ao questionamento, à mudança, à auto-avaliação. Essas são as características mencionadas na literatura:
• Engajamento: uma forte impressão de razão de .ser, o que permite rapidamente socializar os recém-chegados e controlar o comportamento dos veteranos.
• Grande confiança em si e no outro. Os professores esperam que os alunos aprendam, e os alunos, por sua vez, esperam ser auxiliados, para isto, por professores competentes. Os diretores são surpreendidos pelo fracasso, quando este acontece. Os professores são surpreendidos por administradores pouco exigentes para consigo mesmos e para com os outros.
• Orientação para ação. Os membros das boas escolas têm um fraco pela ação, são orientados para o sucesso e mostram uma boa dose de pragmatismo. Vivem no presente, aproveitam as ocasiões que se apresentam, colocam em prática novas idéias, abandonam métodos que se mostram ineficazes e respeitam seus limites.
• Flexibilidade dos papéis. A eficácia, a criatividade e o espírito inovador não são apanágio de alguns lideres, mas surgem em profusão.no interior dos subgrupos, graças ao fato de que o lides em função cria numerosas ocasiões para permitir o aparecimento de outros lideres, que são, então, ativamente apoiados em seus procedimentos.
• Prioridades claramente definidas, partilhadas, abertamente formuladas, anunciadas, identificáveis através da organização dos espaços e das classes, dos ritmos do ano escolar, dos rituais etc.
Ambiente organizado e tranqüilizador, que oferece um local de vida e de trabalho agradável, tanto para os alunos quanto para os professores.
Questões:
- Qual é a atitude dos professores? (coerência com os objetivos e os valores enunciados, criadores, reformadores versus executantes, stewards)
- Como o profissionalismo se manifesta? (auto-estima, crise de identidade, responsabilidade alternada, liderança rotativa)
- Visa-se à manutenção do equilíbrio ou ao diagnóstico sistemático do problema existentes e sua resolução? (discussão nas salas de professores sobre o tempo, esportes, animais domésticos versus trocas de experiências pedagógicas e didáticas etc.)
- O estilo de se relacionar é válido para todos? (autoritarismo versus negociação, atitude crítica versus submissão na relação professor-professor, professor-aluno, aluno-aluno)
- Até que ponto os diversos atores compartilham uma visão e objetivos comuns?
- Como se manifesta a colegialidade/flexibilidade nos papéis e estatutos?
- Como são geridos os processos de socialização dos novos professores e novos alunos?
- Quais os exemplos concretos de linguagem comum? (anedotas, expressões, anúncios, cabeçalhos de circulares etc.)
- Quais são as cerimônias, rituais, símbolos etc. existentes?
Conclusão:
O modelo que acaba de ser apresentado não pretende ser exaustivo, na medida em que os parâmetros não param de mudar, tanto no plano das contingências quanto no dos conhecimentos e abordagens teóricos. Resta uma linha condutora geral: evitar a qualquer custo as contradições entre os objetivos e os métodos
adotados.
Uma avaliação que tenha objetivos funcionais a curto prazo e que procure melhorar as práticas vai, forçosamente, centrar-se muito mais nos conteúdos, por exemplo nos problemas específicos encontrados pelos professores no momento da introdução de novos programas. Ela resultará em formas de regulação que ajudarão os professores a se adaptar, a aprender, como bons técnicos, a melhor executar as medidas impostas por outros, sem necessariamente se sentirem obrigados a modificar sua maneira de ensinar. Uma avaliação que tenha objetivos estruturais a médio prazo terá como meta a mudança organizacional e resultará
forçosamente na mudança do ambiente de trabalho e de aprendizado dos professores, por exemplo levando-os a desenvolver uma cultura própria. Uma avaliação que tenha objetivos "visionários" a longo prazo atingirá a identidade profissional dos professores, que serão vistos como gestores principais da dinâmica interna do estabelecimento, e a quem se pedirá para ser ativos, pensadores, criadores de significados e de cultura, parceiros e exploradores, e por que não, às vezes, até mesmo sonhadores.
Uma segunda linha condutora consiste em considerar os três pontos seguintes, próprios ao sistema escolar em seu conjunto: Nunca um instrumento de avaliação será aceito unanimemente. Mesmo construído para fins de comparação "científica", ele chegará a resultados que serão sempre duplamente contestados do ponto de vista de sua validade e de sua confiabilidade em relação aos dados contextuais específicos. Mesmo construído levando em conta diversos aspectos da eficácia da escola, e definindo critérios de maneira soft e combináveis de várias formas, ele entrará em choque com as representações subjetivas e divergentes dos professores quanto a suas tarefas, funções e responsabilidade. Nem todos os objetivos podem ser igualmente avaliados. As exigências da medida privilegiam objetivos no plano dos conteúdos cognitivos e
dos desempenhos, isto é, tudo, o que for transformável em itens e em questões objetiváveis e, melhor ainda, quantificáveis. Em contrapartida, a avaliação de objetivos globais, como a criatividade, a coerência, a colaboração, o estilo de liderança etc., exigiria instrumentos muito complexos e sofisticados, que produziriam apenas estimativas muito discutíveis. Restringir-se aos objetivos facilmente avaliáveis obrigaria, portanto, a limitar a avaliação aos aspectos mais convencionais da escola, os quais, sabemos, têm somente um impacto limitado na mudança de atitudes e de práticas.
Uma constatação de ineficácia só excepcionalmente resultará em mudança. Contrariamente ao mundo das empresas, onde esse tipo de constatação rapidamente resulta em medidas radicais tanto no plano da reestruturação do pessoal quanto no das práticas, a escola administra diferentemente as diferenças interpessoais: tudo se acomoda, nada é julgado abertamente, evita-se discutir alguns assuntos, existe uma certa censura. Contentamo-nos com avaliações pontuais em vez de se implantar uma cultura e, conseqüentemente, as estruturas de colaboração que permitem neutralizar as defesas, colocar o problema sem ferir, sem acusar, sem dramatizar, e desencadear, em seguida, os procedimentos necessários para sua solução. Notemos aqui que, na maioria dos estabelecimentos, tais estruturas existem, mas são, geralmente, pervertidas para fins administrativos ou de formação pontual, sem método nem animação apropriados para superar as conivências e as regras de coexistência.
A terceira linha condutora, nós a formulamos desde o início: abster-se de medir a eficácia da escola não significa rejeitar a idéia de eficácia. Mas conviria, primeiramente, iniciar, no interior da escola, uma reflexão envolvendo o conceito de eficácia e negociar, em seguida, os objetivos, as formas e os procedimentos de
uma avaliação que, além do diagnóstico, permita elaborar o sentido da mudança e colocá-lo em prática.
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Para avaliar é preciso medir, certo? Errado.

Esta é a resposta de Monica G. Thurler, ao nos apresentar um novo olhar sobre a eficácia das escolas e a avaliação.
Inicialmente, a autora faz um breve histórico sobre a questão da eficácia. Situa o surgimento do interesse pelo assunto nos anos 70, quando predominaram trabalhos com perspectivas "pessimistas" sobre o papel da escola no desenvolvimento das crianças ou em relação à sociedade.
Diante deste quadro, alguns estudiosos começaram a se perguntar:

Como, então, algumas escolas dão certo ?

O interesse voltou-se para as boas escolas, no sentido de investigar as condições que as tornam eficazes.
Nos anos 80, surgiram novos estudos relacionando a eficácia das escolas a características qualitativas. O papel da interação e da comunicação no interior da escola tornou-se um consenso entre os pesquisadores.

Mas, qual a relação entre eficácia e avaliação ?

Monica Thurler afirma que a avaliação, mais especificamente a auto-avaliação, está na base da busca pela eficácia escolar.
Isto porque a avaliação, entendida como um processo, tem por objetivo melhorar a escola, e não medir resultados. Isto é, deve servir para alcançar algo que, no caso, é o aprimoramento da escola e das ações que nela têm lugar.
A proposta de auto-avaliação, por sua vez, tem como pressuposto a crença na capacidade da escola de resolver seus próprios problemas.

Ninguém melhor do que os próprios envolvidos para dizer o que precisa ser mudado e como isto pode ser feito. Ou seja, os procedimentos utilizados em uma avaliação devem ser próprios à escola, considerando, portanto, suas especificidades.
Para que esta autonomia na avaliação seja possível, como nos diz a autora, são necessários quatro tipos de procedimentos:

* o diagnóstico;
* a coleta de dados;
* o desenvolvimento de ações coordenadas; e
* a supervisão.
Destes, no entanto, apenas o primeiro (o mais importante) costuma ser realizado nas escolas. Isto pode ser explicado por vários motivos:
* porque o próprio conceito de avaliação não está claro, ou seja, não se sabe o que se tem a fazer;
* ou mesmo a finalidade da avaliação não está clara, isto é, para que servirá aquilo;
* ou ainda falta estrutura adequada para a realização da avaliação, como tempo (já que não há como conciliar as atividades avaliativas com as tarefas habituais) e apoio externo (profissional qualificado que auxilie no processo).
Ao conceber esta forma de avaliar e de promover a eficácia das escolas, a autora parte de alguns pressupostos. São eles:
* nenhuma mudança ocorre sem que sejam levadas em conta as particularidades de cada escola e seu contexto;
* os professores não terão interesse na avaliação e nas mudanças propostas se eles não participarem das decisões acerca dos objetivos e dos procedimentos a serem adotados;
* uma escola eficaz se caracteriza pelo fato de que o movimento gerado pela avaliação seja comum para a escola como um todo e haja um conjunto de objetivos compartilhados;
* as chances de os professores modificarem sua postura serão maiores se eles tomarem consciência da situação e refletirem durante o planejamento das ações.
A partir de todos estes aspectos envolvidos em uma nova concepção de avaliação e eficácia das escolas, a autora propõe um modelo de avaliação: o Modelo das Cinco Zonas.

Essas zonas são interdependentes. Veja algumas de suas características:
Ensino orientado segundo as necessidades dos alunos: eles são levados a sério, tem-se confiança neles, encoraja-se a agirem de maneira cooperativa e autônoma.
Formação equilibrada do aluno com padrões de desempenho adequados, claros e explícitos negociados, reconhecidos e aceitos por todos.
Implicar o aluno em sua própria aprendizagem, fazendo-o participar da definição dos objetivos, do material, das situações, dos métodos e do próprio planejamento.

Cultura da escola: conhecimento socialmente compartilhado e transmitido daquilo que existe e deveria existir.
A organização interna da escola: estilo de gestão e direção, as boas relações entre os professores, o contexto no qual o corpo docente é chamado a funcionar.
Clima da escola: uma escola, como conjunto vivo de pessoas que convivem e colaboram, desenvolve sua própria linguagem, possui suas palavras, seus próprios conceitos, rituais e modos de expressão familiares que facilitam a comunicação, dão segurança, fornecem a cada um a impressão de "estar em casa".
Implicar os pais na organização da rede escolar e estabelecer relações estreitas, bem como com as autoridades escolares.
Administrar o justo equilíbrio entre autogestão e poder central, entre a autonomia da escola e o apoio a seus esforços pedagógicos pela atividade escolar.

"Insistir na auto-regulação das escolas implica lhes conceder uma autonomia importante, tanto no estágio da explicitação dos critérios e do diagnóstico quanto no das ações empreendidas"
"Uma cultura que favoreça a comunicação e a cooperação, graças à qual os professores se considerem não como uma multidão de "combatentes solitários", mas ao contrário, como profissionais capazes e desejosos de se consultar, de forma contínua, sobre todos os problemas que envolvem o ensino, sobre a implantação de novas práticas, sobre os diversos problemas de ordem teórica e prática que surgem dia após dia."
"...conviria, iniciar, no interior da escola, uma reflexão envolvendo o conceito de eficácia e negociar, em seguida, os objetivos, as formas e os procedimentos de uma avaliação que, além do diagnóstico, permita elaborar o sentido da mudança e colocá-lo em prática."

Publicação: Série Idéias n. 30. São Paulo: FDE, 1998
Páginas: 175-192.